Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016)


Lembro como se fosse ontem quando anunciaram que o Ben Affleck seria o novo Batman. Todo mundo caiu zoando demais dizendo que o Robin ia ser o Matt Damon (HAHAHA!). E na época era bem inimaginável mesmo. Era 2013 e mal nos recuperamos de Argo. Foi um filme ótimo, mas não dava pra associar o ator com o papel de herói assim.

Nesse meio tempo apareceu o filme O Homem de Aço (2013). Eu não gostei muito. Gostei muito mais das partes da história do que precisamente dos vilões. E Amy Adams mandou bem como Lois Lane também, salvando o filme. Mas o Zod e os kriptonianos são vilões chatos pra caralho no universo do Superman. Já é um saco aguentar o Non no seriado da Supergirl... Mas, enfim, não me convenceu muito esse reboot do Superman (agora, usando a cueca do lado de dentro da calça, aleluia!).

E quando lançaram Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) as opiniões eram oito ou oitenta: ou haviam adorado, ou odiado. Mas como más notícias sempre são mais fortes que as boas, parecia ser um filme ruim mesmo. Ok, eu prefiro mil vezes a DC do que a Marvel, mas fui ver o filme com o coração aberto. E, quer saber? ADOREI. Foi muito além do que eu tava esperando. E isso depois de ver spoilers por aí.

(na verdade eu só fui assistir porque me passaram spoilers. Eu odeio ouvir spoilers porque eles me dão vontade demais de assistir. Quando não ouço spoilers raramente um filme me atrai!)

Eu gostei da Mulher Maravilha
Essa foi uma surpresa igual ao Finn no Star Wars. Personagem que eu dava nada, achava que ia ser uma tapa buraco, mas caralho, que grito, que saltos, que força, e não menos importante... QUE GATA! Tô contando os dias pra julho do ano que vem quando vai lançar o filme dela! Espero que coloquem tudo da história dela, até a Hippolyta!


Ver a Mulher Maravilha no trailer lembro que foi tão surpreendente quanto ver o Homem-Aranha nesse trailer do Guerra Civil. Pena que ela só aparece no final do filme mesmo, botando pra quebrar. O bacana é que ela faz basicamente tudo o que o Superman faz com o fucking escudo, fucking braceletes e o fucking LAÇO DA VERDADE DA MULHER MARAVILHA, sem ter a alergia à kriptonita que o homem da cueca vermelha tem. Acho que se desse mais uns quinze minutos ela acabava sozinha com o Apocalypse. Tranquilo.

Eu gostei do roteiro
Acho que o que frustrou as pessoas é que eles pensaram que talvez seria duas horas de luta do Batman contra o Superman. A luta dura uns vinte minutos, e, francamente, é mais que o suficiente. O único jeito do Batman vencer o Superman é usando kriptonita. Bruce criou umas bombinhas com gás verde de kriptonita e usa contra o Superman, dá umas porradas, o efeito acaba, ele lança outra bombinha, bate mais um pouco, efeito acaba e pronto. Basicamente a luta é isso. E eu achei que não precisava mais do que isso não! Poderia ser até menor.


Agora o roteiro é bacana. O filme ficou muito bem estruturado. Começa lá atrás, com o Bruce vendo Metrópolis ruir na luta entre o Superman e o Zod no primeiro filme. Mostra a vida do Clark Kent dando uns pegas na Lois na banheira (aliás, eu adorava o Clark bundão clássico do Christopher Reeve. Que deus o tenha), e a ânsia do Batman querer dar uma surra no tal alienígena (Superman!). Enquanto o Lex tá planejando altas coisas, Superman é adorado como um deus do mundo. E tudo vai convergindo no final do encontro de ambos e o Apocalypse no final. Ficou muito bem estruturado!

Eu não gostei do desenrolar da luta
Foi uma das únicas coisas que eu não curti. Vi o meme abaixo, e, bem, é basicamente isso:


Faltou um pouco de sambalelê na história nessa parte. "Salve a Martha", falado pelo Superman lembra do Bruce quando sua mãe, Martha Wayne morreu quando era criança. E aí o Batman, lutando ferozmente no modo terminator do nada para, e se ouvem, e viram BFF, e resolver marcar um encontro. Ele leva a Talia Al-ghul e o Clark leva a Lois pra passearem juntos no parque.

Eu gostei do Alfred
O Alfred sempre é, junto de tantos outros, como a Oráculo (Barbara Gordon) o braço-direito do Bruce. Como o filme não pode ter duração de uma semana, não tem como apresentar todos os caras que ajudam o Batman. Mas nesse filme esqueça o Alfred como o mordomo careca que serve apenas pra ouvir os desabafos ou curar os ferimentos do Bruce Wayne. A começar pelo fato de que o ator é ninguém menos que o Jeremy Irons!


Não tem mais o que inventar no Batman. E eu não gosto do Batman. Eu gosto dos vilões do Batman. Batman em si é só um doido com capa preta socando bandido que o Datena mostra na tevê. Mas o Alfred desse filme é algo completamente novo! Totalmente badass, mil e uma utilidades, cara de poucos amigos, e muito mais imponente do que o Ben Affleck. E olha que não ficou tão ruim o Batman dele, viu? Fico imaginando o Lucius Fox badass nesse estilo também. Vai ser fudido.

Eu gostei dos dilemas do Superman
É, não tá fácil pra ninguém! Fácil era na época que o Superman era um cara que salvava aviões de caírem ou prendia bandidos. Assim como em O Homem de Aço, parece que o objetivo desses diretores é "marvelizar" o Superman, dando pra ele dilemas do século XXI que deixariam o pobre Peter Parker parecendo um universitário comum como qualquer outro.


Eu não sei se gosto disso, na verdade. Eu gosto do Superman como o pica das galáxias acima do bem e do mal. Superman não precisa de dilemas, ele é foda naturalmente, não tem o que argumentar. Ponto final. Mas entendo que pras gerações atuais precisam admirar o cara mostrando os podres dele. E não tem como negar que o filme mostra muito dessa adoração que as pessoas criariam pelo Superman - e não entenderem que ele é apenas uma pessoa querendo fazer o bem. Só isso (algo bem explorado no seriado da Supergirl).

Mas como existem trocentos dilemas que o Superman/Clark Kent têm, não dá pra mostrar todos. No primeiro era mais o dilema dele em ser um herói ou não. Nesse segundo o dilema dele é o fato dele ser glorificado igual um messias de capa vermelha. Talvez no terceiro pode ser o dilema de "e se o Superman, avatar a justiça, perder o controle dos seus atos", minha sugestão! (e sim, Superman é meu herói favorito)

Eu não gostei do Lex Luthor
Assim como o item acima, eu também não sei se gostei ou não. O filme apresenta um Lex como um moleque genial com muito dinheiro e psicótico. Tirando o dinheiro, é totalmente diferente do Lex careca e puramente malvado que conhecemos. Na verdade é até aceitável esse novo Lex. O problema é no final:



Quando tudo acaba e o Lex vai preso, raspam a cabeça dele, pra ficar com a cabecinha de ovo clássica dos quadrinhos e... A última cena dele é ele, por detrás das grades, tento um semi-surto psicótico de falar nada com nada, que vai sair de lá, vai pegar todo mundo, 99% louco e 1% malvado. E essa loucura tira toda a caracterização do personagem, porque o Lex na verdade é 99% malvado e 1% louco! Lex Luthor sempre teve como pilar a sobriedade, frieza e planejamento. Quando o Lex no final do filme faz aquilo, rebaixa ele a um psicopatinha comum. Tipo... Coringa do Batman, sabe?

Até essa cena é aceitável. Mas o final, cagou ele.

Eu gostei da Lois Lane
Por último, não menos importante, ela. Lois Lane! Meu medo era ela ficar apagada no meio de tanto poder, tanta explosão, tanta porrada... E, bem... Ela ficou bem apagada. Bem mais apagada do que em O Homem de Aço. Mas não quer dizer que não tenha sido bom. Amy Adams arrebentou no papel, novamente, mesmo aparecendo pouco, foi decisiva em diversos momentos.


Mas também não teria como colocar ela mais no filme. Seria legal se fosse um papel parecida com a Karen Page no Demolidor (da Netflix), como investigadora das coisas. Na verdade até tentaram, mas ela fica metade do filme pesquisando a porra duma bala que ela acha no deserto pra no final descobrir o óbvio: coisa do Lex Luthor, dãããã. Basicamente só aparece no começo e no final, na batalha final (onde, pra variar, eu chorei pra caralho). Mas foi legal, apesar de aparecer pouco!

Mas a Amy Adams é impossível de cansar de ver ela! A gente sempre quer um pouquinho a mais dela, hehe. Essas sardinhas são tão sexy!

Ah! Lawrence Fishburne como Perry White, um outro maluco desconhecido que parece o Jimmy Olsen (fotógrafo, melhor amigo do Clark) parece que MORRE no começo (porra!), e tem uma parte que o Perry vira e pede pra Cat Grant escrever um artigo. Mas não mostra quem é a Cat Grant, HAHAHA.

Todos esses personagens, Perry White, Jimmy Olsen e Cat Grant são personagens do Planeta Diário, onde Clark Kent trabalha, e são personagens importantíssimos dentro do universo do Superman, mesmo não tendo poderes. Espero que o suposto Jimmy não tenha morrido, porque ele é o melhor amigo do Clark e nos quadrinhos é muito legal ver a amizade bacana entre os dois. Quem sabe numa continuação? Ia ser legal!

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