007 - Marcado para a Morte (1987)


Ahhhh os anos oitenta!

Quando eu era moleque eu não gostava muito do Timothy Dalton como Bond. Depois de assistir novamente agora, mudei minha opinião. Virei fã do cara! Pena que só fez dois filmes, esse e o 007 - Permissão para matar.

O Bond de Dalton é um Bond sério, honrado e até um pouco revoltado. É um Bond único, talvez uma versão melhor do de Lazenby. Mas sei lá, a diferença maior pro George Lazenby é Timothy Dalton ser um Bond que não brinca em serviço. Ele atua muito bem, sem parecer forçado, sabe ser bem autêntico no papel sem fugir dos clichês. Só acho meio baixinho pra ser Bond.


Junto com a despedida de Roger Moore como Bond veio também a despedida da lendária Lois Maxwell como a lendária Moneypenny. Desde então nunca chegou uma atriz legal o suficiente. Samantha Bond foi a Moneypenny da era Pierce Brosnam, mas aqui a Moneypenny tem cara de novinha e é muito gatinha na pele de Caroline Bliss (acima).

Apareceu uma Moneypenny nova no final de Skyfall. Quem sabe! Parece uma atriz promissora. Mas Lois Maxwell é lendária, desculpaê.

O filme é uma lição de história do período final da Guerra Fria! Mostra como era o clima das pessoas que queriam desertar da URSS, mostra um país que as gerações novas não reconheceriam chamado Tchecoslováquia (atual República Tcheca), o funcionamento da Cortina de Ferro e até a resistência afegã contra os soviéticos! É como aprender história vendo James Bond!


E é um dos filmes que mostram os outros agentes duplo-0. Tudo na sequência inicial (acima), depois da Gunbarrel, em um treinamento. São o 002, 004 e 008. Além do 007, o único sobrevivente, pois o local é dominado por assassinos querendo acabar com os agentes em treinamento.

A história é bem simples e redondinha. Bond ajuda um coronel soviético desertar, ajudando ele a fugir da Cortina de Ferro, chamado cel. Koskov, que, enquanto fugia, uma bonita violoncelista tenta matá-lo. Porém, depois de exilado, acabam mandando uns soviéticos pra recapturar o cara de volta à URSS, deixando a moral do MI6 no lixo. Bond resolve ir de volta à Tchecoslováquia atrás da violoncelista (nossa, como é difícil digitar isso) atrás de pistas, e descobre que na verdade ela tava ajudando a escoltar o Koskov, e não matá-lo, pois ele tava dando uns pegas nela.

Bond resolve se unir com a garota pra achar onde diabos está o Koskov. E aí ele descobre que Koskov na verdade estava vivendo numa boa, rico, vendendo drogas e armas, junto de um traficante americano. Era tudo uma cilada, Bino!


O filme teve uma salada de títulos diferentes no mundo inteiro. Também pudera, como vai traduzir o título "The Living Daylights"? "A viva luz do dia"? Até que o título em português não ficou tão zuado. Poderia ter sido pior. Mas a música-tema, nos anos oitenta, não teria outra banda melhor pra fazê-la. A canção-tema, The Living Daylights, é interpretada por ninguém menos que o A-ha! Tem como ser mais anos oitenta que isso? Ficou ótimo e super nostálgico!

O filme é cheio da genialidade de Bond pra enganar o inimigo. Acho que nunca num filme isso foi explorado tanto. Talvez seja a cara do Timothy Dalton de "inteligente", porque vários truques aqui até deixariam o James Bond abismado com a genialidade.


Tem essa cena acima onde a Kara, a BondGirl, está indo fugir com o Bond, mas deve despistar os camaradas soviéticos que querem pegá-la.

A cena é genial, porque a Kara vai no telefone público com a caixa do violoncelo e a cena é gravada no ângulo do capanga no carro, só observando ela lá na cabine telefônica. Aí passa um bonde, e depois que o bonde passa a Kara ainda está lá no telefone público.

Mas na verdade ela tinha dado um jeito de fugir e deixou a caixa do violoncelo em pé, na cabine na mesma posição que ela, segurando o casado e o chapéu dela pra enganar o tiozinho no carro. Genial! Truque de câmera básico e elementar.


Tem uma outra cena em que Bond vai atrás de outro soviético que poderia estar junto na rolada das armas, e Bond aparece num teatro e dá uns tiros nele. Só que isso tudo era uma armação, o cara não foi morto, foi tudo encenado pra usar esse russo pra trabalhar pra Bond pra pegar o Koskov fazendo todos acreditar que o cara morreu baleado por Bond. E todo mundo pensa que ele morreu, e foi mais uma pegadinha do Mallandro que engana até quem assiste o filme.



E mais uma cena daquelas que a gente tem dó do dublê (como alguém tem coragem de fazer isso?).

Tem que ter muita bala na agulha. Tudo bem que as cenas com os atores são gravadas em estúdio e tal, é muito tranquilo. Mas imagina os dublês se segurando em um saco desses em pleno ar enquanto simulam umas porradas? Nessa época não tinha CG não, maluco!

Por isso, se você é ator, dê graças a Deus que hoje o Chroma Key evoluiu ao ponto de quase nenhum filme ter nem mesmo cenário. Sério. Isso não deve ser fácil nem pra dublê (mas o produtor ter essas ideias de cenas assim, aí pode!).

O filme tem muitas cenas de ação, mas ele tem aquele ritmo de filme de ação dos anos oitenta. Nunca para, sempre tá rolando alguma coisa, e além da música ser muito característica da época. Eu vi esse filme depois de ver 007 - Os Diamantes são Eternos, e como esse último foi feito no começo dos anos setenta tem aquela trilha sonora de teclado eletrônico que me dá muito medo, igual ao Laranja Mecânica. Já 007 Marcado para a Morte tem aquele rock-pop anos oitenta. É o tipo de filme que a trilha sonora do Top Gun caberia direitinho.


A cena do sequestro do Koskov é épica (acima)! Tem um russo que acaba se disfarçando de leiteiro, entrando num prédio da MI6 onde estavam o M e 007. Nele vemos um fone de ouvido antigo, um discman, e até um rock da época sendo ouvido pelo vilão.

Tem suas cenas de pancadaria, mas o mais zuado são garrafas de leite em forma de granada. Sim, isso mesmo que você leu. O filme tem tanta mentira cenas de ação bem elaboradas que é só buscar no Youtube o título do filme que você vai ver que a criatividade foi a mil nos trechos que vários usuários colocaram! Por isso que é bom trocar o ator que faz Bond também. Eu adoro o Roger Moore, acho ele o melhor Bond, mas essa renovação só pode ser possível com o Timothy Dalton. Genial.


E quem é essa gatinha aí em cima, Alain? ;)

Kara Milovy (pela atriz Maryam D'Abo) pode ter "d'abo" no nome, mas é um anjo que caiu do céu (ba-dum-tss). Se chamam de paraíso, deve ser o local onde eu balanço uma nuvem e cai umas vinte dessas. Que mulher linda, meu deus!

Ela faz o tipo BondGirl super romântica. Tanto que Bond só transa com ela no final do filme. E ela, por ter sido salva do Bond e ter escapado da cortina de ferro, além de tudo vê James como um herói. Ela tem muita admiração pelo cara. Mas o Bond de Timothy Dalton segue o ditato de que "Onde se ganha o pão, não se come a carne", e demora muito até dar uns pegas nela. Enfim os dois botam a língua pra trabalhar numa cena em que "Take my breath away" caberia muito bem como fundo. Numa roda gigante!


No final do vídeo acima tem a cena da Roda Gigante. Fala se não combina com essa trilha sonora?

(TOM-DOM-TOM-DOM-TOOOOOOM)

As cenas que ela mais mostra o lindo sorriso dela é nas cenas juntas da Bond! E mesmo sendo nos anos oitenta, o visual dela ainda é bem atual. Fala se não dá vontade de colocar um laço e levar embrulhada em papel de presente pra casa? :)


E além de linda, é uma excelente atriz! Maryam D'abo rivalizou muito com a BondGirl do próximo filme do Timothy Dalton (007 - Licença para Matar), mas eu ainda a acho levemente melhor. O filme também, é pouca coisa melhor que o seu sucessor na era do Timothy Dalton. Eu gosto muito das caretas que a atriz faz.

Normalmente uma mulher linda desse jeito é a que mais é fechada pra se expressar, mas ela tem umas expressões incríveis, e soube atuar como ninguém no papel. Lhe coube como uma luva!


E esse cabelinho curtinho ainda dá um aspecto super sexy nela. Sim, eu tenho queda por mulheres de cabelo curto. Elas ficam tão lindas e femininas! Fala sério! =)

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