007 Contra o Satânico Dr. No (1962)


Eu sou super fã da série James Bond. Eu tinha uma coleção de VHS bem velha da Caras, que estava mofada e tive que jogar fora. Pedi pra minha mãe pelo menos guardar as revistas, mas hoje fiquei sabendo que ela tinha jogado fora também (ela adora jogar coisas dos outros, mas todas as bugigangas quebradas dela tão lá. Que bosta!).

Mas esses dias me vi surpreso quando vi passando no Telecine Cult o primeiro filme de James Bond, o 007 Contra o Satânico Dr No, de 1962 (será que eu fazer a propaganda como o Silvio Santos eles me dão os canais de graça também?). E como não para de passar no Telecine, vou gravando e vou fazer resenhas de todos os filmes. Seria uma coisa divertida pra fazer nesse ano! Bom, vamos começar do começo, first things first!



A gunbarrel, a cena clássica que começa todos os filmes do James Bond, é única nesse estilo no Dr No. Talvez seja porque era a primeira, talvez nem o Broccoli ou Saltzman tinha ideia do sucesso que o filme faria.

O filme tem umas sacadas legais. Primeiro é que demora muito para Sean Connery aparecer. É durante um jogo de poker, e isso depois que várias carinhas já morreram no filme e tal. E a primeira fala, do primeiro filme da saga de James Bond não poderia ser diferente:


"Bond. James Bond". Bem nessa cena acima. E com essa mesma cara de bunda.

Ainda bem que as pessoas melhoram suas atuações. Poucos sabem, mas Sean Connery era meio fanfarrão antes da carreira de James Bond. Foi até caminhoneiro. Ele era um jovem de trinta e poucos anos na época do Dr No, começando a carreira ainda. E a atuação não foi assim uma brastemp. Meio ruim, comparada com outras (minha atuação favorita dele é em "Com 007 só se vive duas vezes"), mas tudo bem, deu pro gasto.

A história ainda é com muita investigação, não tinha tanta explosão, e mesmo as cenas de sexo são bem sutis. Na verdade, sempre foram sutis, sutis ao ponto de eu criança achar que o que Bond fazia com as mulheres era "ficar se beijando pelado com elas embaixo do cobertor". Eu nem imaginava que era pra colocar o pinto na xoxota. Sim, eu era uma criança muito inocente.

O roteiro é bem simples: Bond é enviado pra Jamaica pra fumar maconha pra investigar a morte misteriosa de um agente que estava investigando os motivos das falhas das tentativas americanas de ganhar a corrida especial. Sim, em 1962 era além do auge da Guerra Fria, também era o auge da Corrida Espacial entre americanos e soviéticos! E quem estava por detrás da coisa toda com um plano de lançar mísseis pra acabar com a festa? O tal do "satânico" Dr No:


(cara, o que a religião do cara tem a ver com isso? Em nenhum momento diz que ele é satanista, ou amigo do Toninho do Diabo. E se ele fosse cristão? Duvido que chamariam de "007 contra o cristão Dr. No"? Achei muito errado isso!)

Aliás, é um vilão que só é apresentado pertinho do final. O filme é curto também pros padrões de James Bond, mal chega a suas horas. Eu não li o livro original do Ian Fleming, mas achei bem interessante. Um cara meio chinês meio alemão, enriquecendo urânio numa ilha da Jamaica disfarçada de mina de bauxita. Mas o mais legal são as mãos dele! Ele não dá detalhes, nem um flashback, mas são próteses super fortes capazes de amassar aço.

Ah, e claro, começa a citar a lendária SPECTRE, a organização antagonista da história, pelo menos nesse comecinho da série, até meados da época do Roger Moore (ou será George Lazenby? Eu lembro do Blofeld em "007 A Serviço Secreto de Sua Majestade").

Agora vamos falar de coisa boa. Vamos falar da Tekpix! Vamos falar da Bondgirl!

Antes de mostrar fotos da estonteante Ursula Andress como Honey Rider, quero falar da épica aparição dela no filme. Basicamente Bond descobre que havia algo de errado numa das ilhas lá nas quebradas onde ele tava na Jamaica, e, enfim, ele resolve ir lá ver o que diabos tem na ilha. Só que ele invade de barco, e á noite, logo ele dorme na praia mesmo, e acorda com uma doce voz cantando uma musiquinha:


Tem a música completa aqui.

Eu lembro que eu quando era moleque fiquei deslumbrado com essa cena. Essa cena da Ursula Andress não havia nada de erótico na minha visão de moleque de oito anos quando assisti pela primeira vez. Mas achei tão poético, uma mulher saindo da água com conchas, vestindo biquini, cantando sozinha... Eu esqueci tudo do filme, menos essa cena que ficou gravada.

Halle Berry tentou copiar, mas ficou estranho aquele biquini... Laranja.

Enfim, Ursula Andress é Ursula Andress. Não tinha como começar melhor como sendo a BondGirl número 1. Gosto muito da inocência da personagem. Não tem família, vive basicamente caçando conchas e as vendendo nas América. Ela tem um sotaque proposital meio alemão no filme, e quando Bond questionou como ela estudou, ela disse simplesmente: "Eu lia enciclopédias. Comecei com seis anos na letra 'A' e hoje estou na letra 'T'", e ainda tirou uma com a cara do Bond dizendo que ela ainda tinha mais conhecimento que ele! É pra casar ou não é?


Mas acima de tudo acho que a beleza única da Andress é algo atemporal. Mesmo com todo o estilo pomposo dos anos sessenta, eu ainda acharia lindo andar ao lado de uma mulher dessas, mesmo hoje, em pleno terceiro milênio. Demorou a aparecer, mas quando apareceu, roubou a cena. Palmas!

É... Nasci na época errada. Até a vesguinha aí na foto é gatinha. :(

Comentários

Postagens mais visitadas