Livros 2012 - #16 - Millenium - A menina que brincava com fogo.

Quando li Os homens que não amavam as mulheres fui ver o filme para comparar. Não vi a versão sueca, vi a versão americana com o Daniel Craig e a Rooney Mara. Mas o motivo real de eu ter visto a versão americana primeiro foi exatamente pela imagem da protagonista, a Lisbeth Salander: Na versão americana ela era exatamente igual ao que eu imaginava que ela era quando li o livro.

A versão sueca ficou muito bonitona. Eu imaginava a Lisbeth mais acabada mesmo, e só consegui ver isso quando vi a Rooney Mara (foto) interpretando a personagem.

Se você gostou do primeiro capítulo da trilogia vai acabar gostando desse também. A família Vanger tem lá seus pontos fortes, mas eram muitos nomes pra decorar. E com um plus da Harriet que é a caça por ela que toda a trama se desenvolve.

A menina que brincava com fogo tem uma trama igualmente grudenta, mas como tem menos personagens fica um bocado mais fácil de entender. E pra variar: reviravoltas.

Um ponto fraco do Larsson que eu acho é que o começo do livro continua entediante. Mostra apenas uma viagem que a Lisbeth faz que (até pelo menos esse momento) tem importância zero na história. Apenas que talvez ressalte alguns aspectos da personalidade dela.

Mas mudando completamente de assunto, obviamente acho que o autor não deve ter pensado nisso, mas comecei a pensar um pouco depois que terminei o livro. É difícil ver numa história personagens femininas com suas personalidades tão desenvolvidas como esse. Normalmente mulheres seguem em geral um padrão de comportamento/aparência, mas Stieg Larsson conseguiu explorar muito, e vi esses perfis de mulheres com mais perspicácia nessa continuação.

Primeiro, a mulher independente e segura, que posso exemplificar como a Erika Berger. Ela é casada com o Lars, um artista de renome e ao mesmo tempo tem um caso com o Mikael Blomkvist. Ela não esconde de nenhum deles o caso todo, e separa bem as coisas: com o Lars ela tem um marido, amigo, namorado e confidente. Com o Mikael é só sexo porque ela não tem o mesmo tesão pelo Lars. E todos aceitam e gostam dela.

Segundo, a mulher-padrão, que dá pra ver que a Sonja Modig faz bem esse papel (se fala Sonia mesmo, seu analfabeto!). Mãe de família, casada, fiel, só que trabalha com investigação. Acho que a Mia Bergman pode ser colocada nessa categoria também. Comportamento padrão aceito pela sociedade e pelos julgadores da moral do povo.

Terceiro, a minha favorita, a Lisbeth. Esse então a personalidade e passado dela são muito mais explorados, e é impossível não se apaixonar por ela. Gosto dessas meninas problemáticas, eu tento ajudá-las e, normalmente quem acaba se dando mal sou eu, pois elas me chutam e ficam com o babaca do lado quando eu consigo enfim ajudá-las a se superarem...

Comentários

Postagens mais visitadas